As danças de salão dividem-se entre as que seguem um compasso de três tempos e as que seguem um compasso de quatro tempos. Conhecendo as bases comuns da maioria destes dois grupos, a aprendizagem das coreografias mais elaboradas de cada dança será mais fácil.
O passo de três tempos mais simples começa saindo com o pé esquerdo para a frente; depois dá-se um segundo passo, mais longo com o pé direito que ultrapassa o esquerdo e termina-se com um terceiro passo curto, no qual o pé esquerdo se une ao direito. Estes três movimentos devem completar um compasso, ou seja, se realizar em três tempos, seguindo-se mentalmente o ritmo: um-dois-três; um-dois-três. Para praticar os movimentos para frente e para trás é conveniente realizar o exercício em duas pessoas, se dando as mãos. Os passos não devem ser muito longos nem muito curtos, tendo sempre como referência as possibilidades da pessoa de menor estatura. Evidentemente a prática deve ser realizada sem se olhar os pés. Desde o primeiro momento devemos imaginar que nossos pés estão na cabeça. Esta é a melhor maneira de garantir que em pouco tempo o seu movimento seja espontâneo, além de contribuir para a estética e para manter o equilíbrio. Nos outros passos, de três tempos, como a valsa lenta, a seqüência é sempre com um-dois-três. Assim: adiantar com o pé direito, dar um passo de lado com o pé esquerdo e arrastar o pé direito até reuni-lo com o esquerdo, com o qual termina-se, desenhando um triangulo sobre a pista de dança.
É conveniente também repetir estes exercícios até que sejam feitos com naturalidade, pois nele se baseará todo o aprendizado em três tempos. Nos passos de quatro tempos, começamos com o pé direito dando um passo lento para a frente, outro na mesma velocidade com o esquerdo e, logo, outros dois mais rápidos, ou intercalando as velocidades: lento-rápido- lento-rápido- lento-rápido... Depois de aprender as variantes, devemos aprender a executa-los para frente e para trás e em parceria. Quando começar a praticar os passos, será normal uma pausa por algum lapso por isso tente começar sem música, que deve ser introduzida depois que os movimentos comecem a ser feitos com naturalidades.
Passos compartilhados: duas danças em uma
Em alguns casos, as semelhanças entre as danças vão além do seu agrupamento em três ou quatro tempos. A mazurca e a valsa vienense tem o mesmo passo base. O rock and roll pode-se dançar com os mesmos passos que o boogie-woogie. Em ambos os casos, a seqüência é um-dois-três; um-dois-três; um-dois. A salsa e o mambo utilizam os mesmos passos, a ponto de existir uma discussão habitual entre os amantes da dança sobre até que ponto elas são diferenciadas. Elas são facilmente intercambiáveis como acontece com o cha cha cha e a rumba, levando-se em consideração que o mambo é mais rápido que o cha cha cha. O slow fox não é mais que um fox trot lento e ambos compartilham os passos básicos do tango: praticamente podem ser dançados um com a música do outro.
Passo para frente e para trás
Na maioria dos passos, a mulher tem uma pequena desvantagem em relação ao homem: quando os passos são realizados para trás, ela é frequentemente amparada pelo homem e distribui o peso de forma diferente de quando avança. O homem, no entanto, limita-se a inverter os passos: o seu centro de gravidade continua sendo o mesmo. Portanto, ao avançar, ele tem que se colocar um pouco por cima dela, dando uma ligeira sensação de proteção.
Passos em três e em quatro tempos
Em três: valsa, mazurca.
Em quatro: polca, tango, cha-cha-cha, rumba, samba, fox trot. O twist é binário, como os anteriores, entretanto em dois tempos.
O rock and roll e o boogie-woogie são um pouco mais complexos pois seguem oito tempos.
O espelho
Na hora de coordenar as primeiras coreografias, um dos problemas mais freqüentes é que não sabemos que imagem oferecemos. Isto tem duas conseqüências: por um lado cometemos erros de posição que ficam sem corrigir e por outro lado, pode ser que sintamos uma sensação de estar fazendo ridículo e com isso não nos soltemos na hora de realizar os movimentos. Para isto, é útil ter na sala que praticamos um espelho: vendo nossa imagem perceberemos rapidamente os erros e nos corrigiremos durante a dança.
Coleção: AS MELHORES DICAS DE DANÇA DE SALÃO
Edições del Prado, 1999