Os diferentes passos envolvem também uma série de posições em parceria. Mas seguir os passos não garante uma correta execução da dança. Para realiza-los com elegância, devemos entender a sua intenção estética e estar prevenidos contra algumas das suas armadilhas.
A posição mais cômoda para começar a se posicionar em parceria é a frontal: a mulher pega a mão do homem e dá uns passos para se aproximar. As cabeças têm que estar levantadas; as costas retas e paralelas e os ombros relaxados. Nesta posição os dançarinos têm várias opções para colocar os braços. Na posição clássica, o homem pode rodear a cintura da mulher e colocar a mão nas suas costas: ela deixa descansar a sua mão esquerda no ombro direito dele, sem chegar a apoiar-se. Os braços que se dão devem estar semiflexionados.
Na valsa, por exemplo, os corpos se colocam de modo que o pé direito de cada um fique entre os pés do casal. O homem coloca o seu braço direito debaixo do braço da mulher, que deixa descansar a sua mão direita na palma da mão esquerda do homem. As mãos juntas devem subir até a altura dos olhos do membro do casal de menor estatura e, em nenhum caso, devem ser utilizadas para empurrar.
A posição clássica é a mais simples para começar, mas existem variantes: o casal pode enlaçar-se pelas duas mãos, ela com as palmas para baixo e ele com as palmas para cima, dando a aparência de segura-las – mesmo que cada um seja responsável por segurar o seu próprio peso – os braços estão semiflexionados. Isso varia em função da distância que os dançarinos querem se colocar. As outras duas posições de frente são: uma dando uma mão e deixando o outro braço livre, e a outra cruzando-os, onde as extremidades fazem um x.
Na posição lateral, o casal coloca-se de lado e com os pés paralelos, mas em sentido contrário: para que enquanto um avança o outro recua. Os corpos devem dar uma imagem de simultaneidade e proximidade, e devem evitar tocar-se para manter a liberdade de movimentos. Existem três possibilidades para os braços: na posição lateral clássica, ele coloca a mão direita nas costas da mulher e a sua mão esquerda no ombro direito do homem, enquanto enlaçam-se as mãos livres. Os dançarinos também podem enlaçar-se pela cintura: o braço direito do homem segura a sua parceira pela cintura, e ela deixa que o braço repouse no pescoço dele. A última posição lateral consiste em enlaçar os braços próximos e colocar, cada um a sua mão na própria cintura. Em qualquer dessas opções laterais o mais importante para conseguir uma dança compenetrada é a que o casal se olhe. Isto não é possível na posição de costas, na qual um deles coloca-se atrás do outro e olham para direções diferentes. Os braços dele enlaçam a mulher pela cintura ou cruza as suas mãos pela frente da cintura. O casal tem que estar atento para manter a simultaneidade. Nas outras posições, este pequeno lapso pode ser solucionado sem grandes complicações, mas aqui, com toda a segurança, acabará com um choque e a destruição desse efeito estético da dança.
Braços acessíveis e resistentes
O erro mais freqüente nas posições enlaçadas está em como se posicionam os braços. Quando o casal se separa, surge um problema na hora de voltar a se unir, já que tem que procurar as mãos do parceiro, e isto acaba com a agilidade da dança. É fundamental que as mãos estejam sempre na mesma altura, tanto se está ou não está enlaçado. Quando se mantém o enlace, é necessário oferecer uma certa resistência, o que dá a sensação de coesão e de soltura. Além disso, se o corpo está solto, haverá menor possibilidade de sentir em que direção se deve mover. Para conseguir esta resistência, é preciso manter as costas, os pulsos e os cotovelos firmes. Durante a dança, a resistência deve ser mantida para frente, para trás e nos movimentos laterais.
Onde olhar
Na posição frontal de danças como a valsa, a direção mais segura para se olhar é ligeiramente à esquerda, sobre a parte direita das costas do parceiro. Desta maneira pode-se manter uma conversação, ao mesmo tempo que se evita possíveis choques.
Coleção: AS MELHORES DICAS DE DANÇA DE SALÃO
Edições del Prado, 1999